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11 abril, 2010

A FORÇA INCONTROLÁVEL DA NATUREZA CAUSA ESPANTO

O temporal ocorrido no Grande Rio (área metropolitana) nesta primeira semana de Abril abriu uma sombria constatação: está entre os maiores das últimas décadas. Literalmente, alguma parte da metrópole se tornou um grande rio. E a contabilidade das mortes, ocorridas até nas seqüelas da tempestade, já passaram de 200. Curiosa é a esta informação sempre divulgada pelos meios de comunicação de que o número de mortes “pode aumentar”, ou “pode crescer”, como se a notícia fosse detentora do controle da vida.
E como sempre acontece quando ocorre uma tragédia, os grandes jornais trazem editoriais, opiniões e artigos diversos sobre o fato, além da notícia sempre atualizada, conforme a garimpagem jornalística, as novas descobertas e o progresso das buscas, em casos específicos de catástrofes com vítimas desaparecidas. Neste caso, as manchetes divulgaram um Rio destruído, devastado e alagado, sem duplo sentido. Alguns dissertaram e dissertam sobre as águas de Abril. E há até notícias de humor, questionando “São Pedro” por ter aberto as torneiras sobre o Rio de Janeiro.
Na seriedade, os jornais do exterior cumpriram a sagrada função de informar, afinal a chuvarada aconteceu em uma das cidades mais importantes do país, que sediará dois importantes eventos esportivos. E assim, o Washington Post informou: “a cidade que será anfitriã dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo ficou quase paralisada na terça-feira...”; o New York Times mencionou que enchentes forçaram o fechamento de aeroportos, estações de metrô, rodovias e pontes; a BBC afirmou que a tempestade durou cerca de 15 horas, provocando um colapso no sistema de transportes; o diário francês Le Monde disponibilizou um vídeo para mostrar os efeitos da chuva nas ruas do Rio.
Segundo o espanhol El Mundo, “um completo caos atingiu a segunda maior cidade brasileira transformando ruas em verdadeiros rios e deixando muitos automóveis cobertos de água”; outro da mesma nacionalidade, o El País, destacou que o governador do Estado descreveu a situação como “a maior enchente da história do Rio” e que a TV brasileira mostrava muitas imagens de pessoas que tiveram que passar a noite dentro de veículos.
O Jornal do Brasil, em seu Editorial do dia 7 de Abril, fez em uma analogia do catastrófico temporal que atingiu o Rio, destacando os maiores desafios da humanidade: a fragilidade do corpo humano, sujeito às doenças; o antagonismo social, gerando a violência e a luta diária em um mundo desigual, que depõe contra a integridade física e; as intempéries do tempo e da vida animal. Nas três situações, historicamente, o homem tem buscado meios que garantam a sobrevivência da espécie. Toda a tecnologia é empregada na solução destes desafios e na busca incansável por mais conforto.
Todavia, ainda segundo o Editorial, em seu segundo parágrafo, “nestas três frentes, o homem avançou muito. Mas, dentre os perigos é a força incontrolável da natureza que ainda causa espanto...” No final, o homem se rende e reconhece que é limitado. E apesar de aparentemente existir a impressão de que historicamente o ser humano vem sendo bem sucedido neste afã de controlar o mundo, na verdade, como já foi dito por muitos, ele é o único ser que destrói a natureza que lhe dá a vida. E às vezes se autodestrói por ter construído em área imprópria por necessidade e ignorância própria ou a "ignorância" das autoridades.